"Môça, me dá uma rosa!" de Mário Barreto França (Adaptação, de um conto radiofonizado, cujo autor não me foi possível identificar.) Era um triste contraste aquêle, distinguido Numa encosta escarpada e num vale florido: Lá no morro o barraco ao vento se inclinava; No vale, um palacete, entanto, se enfeitava De rosas, de jasmins, de pássaros joviais Que adejavam, cantando, os lindos roseirais... O barraco de zinco e o bangalô de pedra - Onde a miséria mora e onde a fartura medra - Eram naquela parte estreita da paisagem Antônimos cruéis que na louca voragem Da vida singular, excêntrica ou profana, Confundem na certeza a indagação humana: Qual a causa que leva um dia a Onipotência A dar rumo diverso a cada uma existência, Que às vezes se coloca em destaque chocante, Como revolta muda ou protesto gritante? Por que, sem ter noção ainda do pecado, Há de nascer alguém surdo, cego, aleijado? Por que será, meu Deus, q...
Poesias de Mario Barreto França