de Mário Barreto França Um carvalho grande e forte Falou a um pobre bambu: Não vês o meu belo porte? Não sou frágil como tu! Eu resisto à tempestade, à chuva, ao frio, ao calor Mas tua fragilidade causa pena e causa dor. O bambu fraco e franzino calou-se, sentimental. mas logo após, sibilino, soprou forte o temporal… O Carvalho o enfrenta; entanto, não suportando, caiu; mas o bambu, no seu canto, Se inclinando, resistiu… do bambu e do Carvalho nos sirva bem a lição: só é forte no trabalho Quem resiste à tentação.
Gesto heróico A sineta bateu, convocando o Colégio. A sala estava cheia... O diretor _ egrégio E antigo mestre _ entrou. Ninguém o reparara; Falavam de uma falta enorme: alguém roubara Da bolsa de um aluno a clássica merenda. E o castigo era grande: _ uma surra tremenda, Vinte varadas!... Qual seria o desgraçado Que iria suportar o braço desalmado Do velho diretor, aplicando o castigo? Talvez fosse um colega, ou um bedel antigo... Havia tanta gente ali humilde e pobre... E a aparência, afinal, muita miséria encobre... Enorme burburinho enchia toda a sala... _ Silêncio! _ brada o mestre _ Aqui ninguém mais...